Os Dogmas Marianos são quatro:
1 - Maria, Mãe de Deus.
O Concílio de Éfeso (431), sob o Papa São Clementino I (422-432), definiu solenemente que: “Se alguém afirmar que Cristo não é verdadeiramente Deus, e que portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado”. (Dz.113).
Maria gerara a Cristo segundo a natureza humana, mas quem dela nasce, ou seja, o sujeito nascido, não tem uma natureza humana, mas sim o suposto divino que a sustenta, ou seja, o Verbo. Daí que o Filho de Maria é propriamente o Verbo que subsiste na natureza humana; então Maria é verdadeira Mãe de Deus, posto que o Verbo é Deus. Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.
Nas Sagradas escrituras existem diversas passagens que ratificam esse dogma. Vejamos:
Is 7,14 : “Eis que uma virgem conceberá e dará a luz a um filho e o chamará Deus conosco”.
Lc 1,31 : “Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus”.
Lc 1,35 : “O anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus”.
Gl 4,4 : “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher...”
2 - A Virgindade de Maria.
Em sentido próprio é a integridade física dos órgãos reprodutivos. Muitas vezes a virgindade de Maria foi atacada pelos hereges. É verdade da fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.
No Símbolo Apostólico se diz: “Nascido de Maria Virgem”; nas antigas liturgias é frequente o título de Maria sempre virgem. No Concílio Romano do ano 649, se define Maria Imaculada, sempre virgem, que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do parto.
Na Sagrada Escritura, temos o famoso trecho de Isaias 7,14, conforme descrito acima. O texto é certamente messiânico e portanto a Virgem é Maria. No Evangelho cita-se esta profecia (Mt. 1,18-23) e se conta com exatas palavras o nascimento virginal de Jesus, por obra do Espírito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de Ez. 44,2, veja a virgindade de Maria depois do parto: “este pórtico ficará fechado. Não se abrirá e ninguém entrará por ele, porque por ele entrara Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecerá fechado”.
Toda a Tradição é concorde em defender a virgindade perpétua de Maria: Santo Agostinho afirma: “A Virgem concebeu, a Virgem ficou grávida, a Virgem deu a luz, a Virgem é virgem perpétua”. A razão teológica deste dogma é clara e tão simples, ela está na divindade do Verbo e na maternidade de Maria, ao qual repugnou toda a corrupção.
3 - A Imaculada Conceição de Maria.
O Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1854 definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis”. (Dz. 1641).
Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem mancha alguma de pecado. E como foi concebida sem pecado:
- Ausência de toda mancha de pecado.
- Lema da graça Santificante.
- Ausência da inclinação para o mal.
Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem Maria, e a nenhum outro ser humano, em atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.
Em previsão dos méritos de Cristo, porque a Maria, a Rdenção foi aplicada antes da morte do Senhor.
As Sagradas Escrituras nos revelam passagens a esse respeito:
Gn 3,15 : “Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”.
Lc 1,28 : “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”.
Lc 1,42 : “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!”
4 - A Assunção de Maria.
O Papa Pio XII, na Bula “Munificentissimus Deus”, de 1 de novembro de 1950, proclamou solenemente o dogma da assunção de Maria ao céu: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta em corpo e alma à glória celeste”. (Dz. 2333).
A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos tempos, passando pela decomposição.
O essencial do dogma é que a Virgem Maria foi levada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e dotes próprios da alma dos bem-aventurados e igualmente com todas as qualidades próprias dos corpos gloriosos.
Se entende melhor tudo ao recordar:
- Maria foi isenta de pecado original e atual.
- Teve a plenitude da graça.
Fundamentos desse dogma:
Desde os primeiros séculos foi um sentir unânime da fé do povo de Deus, dos cristãos. Os Santos Padres e Doutores, manifestaram sua fé nesta verdade:
• São João Damasceno (séc.VII): “Convinha que aquela que no parto havia conservado a íntegra de sua virgindade, conservasse sem nenhuma corrupção seu Corpo, depois da morte”.
• São Germano de Constantinopla (séc. VII): “Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele”.
A assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.
Nossa Senhora quando terminou a sua missão aqui na terra tinha por volta de 72 anos, conforme a opinião mais comum.
A sua “morte” foi suave, chamada de “dormição”.
Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a “dormição” de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai S. Dionísio Aeropagita, discípulo de São Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.
Diversos Santos Padres da Igreja, contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém
na noite que precedera o desenlace da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Fonte: Blog Alicerçando a Fé (www.alicercandoafe.blogspot.com)
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