EXAGERO
No Brasil, a maioria dos jovens bebe
entre quatro e cinco doses em duas horas
No Brasil, a maioria dos jovens bebe
entre quatro e cinco doses em duas horas
Sabe aquele hábito de alguns brasileiros de deixar o bebê molhar a chupeta no chope do pai? E aquele outro de permitir que crianças de 10, 12 anos bebam uma taça de espumante nas festas de fim de ano? São muito menos inofensivos do que parecem.
De acordo com a American Association for the Advancement of Science, a AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência), práticas como essas podem ter consequências nefastas no futuro.
Baseada em dois trabalhos recentes – a Pesquisa Nacional sobre o Uso de Drogas e Saúde e um estudo realizado pela Universidade de Boston –, a entidade concluiu que quem trava o primeiro contato com a bebida antes dos 15 anos tem cinco vezes mais chance de se tornar um adulto alcoólatra, em comparação com quem prova bebida aos 21, por exemplo.
Apoiada nisso, a AAAS está encampando um movimento para que o primeiro gole seja postergado ao máximo e acaba de lançar o livro “Delaying That First Drink: a Parent’s Guide” (Adiando o Primeiro Drinque: um Guia para os Pais). “Começar a consumir bebidas alcoólicas mais tarde pode fazer a diferença no resto da vida”, diz Aimee L. Stern, autora do livro.
No Brasil, dados deste ano do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), revelam que a idade média do primeiro gole em estudantes do ensino fundamental (8º e 9º ano) e ensino médio (1º a 3º ano) de escolas particulares é 12 anos.
Nos Estados Unidos, os meninos começam a beber aos 13 e as meninas, ainda mais jovens, aos 11.
Um estudo recente da ONU, que mapeou a ingestão de álcool entre os jovens de nove países da América Latina, teve um trágico resultado: identificando que no Brasil 46% dos adolescentes entre 14 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas. Ficamos atrás apenas da Colômbia, com 51,9%, e do Uruguai, com 50,1%.
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Um estudo recente da ONU, que mapeou a ingestão de álcool entre os jovens de nove países da América Latina, teve um trágico resultado: identificando que no Brasil 46% dos adolescentes entre 14 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas. Ficamos atrás apenas da Colômbia, com 51,9%, e do Uruguai, com 50,1%.
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O desenvolvimento físico e mental do bebedor precoce é prejudicado. Como parte de seu cérebro ainda está em formação, tem mais chance de desenvolver tolerância ao álcool e de beber cada vez mais com o tempo. Estudos também mostram que o jovem que bebe, mesmo pequenas quantidades, apresenta dificuldade em aprender ou memorizar fatos. Um dos maiores especialistas em dependência química do Brasil, o psiquiatra Arthur Guerra afirma que o álcool abre as portas para os entorpecentes. “Quem começa a beber aos 12 anos tende a experimentar maconha e outras drogas anos depois”, diz ele.
Se tomar o primeiro gole antes dos 15 anos é prejudicial, o que dizer do adolescente que invariavelmente fica bêbado quando bebe? “No Brasil, o jovem bebe no padrão binge”, diz Camila. O padrão binge é quando a pessoa ingere grandes quantidades de álcool num curto período de tempo com o objetivo de se embriagar. Isso significa cinco ou mais doses, no caso dos homens, e quatro ou mais doses, no caso das mulheres, em duas horas. Quando o corpo absorve grandes quantidades de álcool, a pessoa entra em coma e pode morrer. “Quem é jovem e segue esse padrão tem 15 vezes mais chance de se tornar um adulto alcoólatra”, alerta Camila. Na opinião da psiquiatra, o jovem que bebe no padrão binge deve buscar tratamento.
“O jovem precisa saber como o álcool é prejudicial ao seu corpo, do sistema digestivo aos sistemas nervoso central e reprodutivo”, diz Shirley.
Vejamos então, alguns problemas clínicos causados pelo alcoolismo:
PROBLEMAS CLÍNICOS
Vejamos então, alguns problemas clínicos causados pelo alcoolismo:
PROBLEMAS CLÍNICOS
Síndrome Blackout
Pode ocorrer em bebedores esporádicos ou crônicos e caracteriza-se por amnésia que pode durar horas, sem perda de consciência da realidade durante a crise.
O blackout (ou apagamento) acontece porque o álcool interfere nos circuitos cerebrais encarregados de arquivar acontecimentos recentes. O quadro, de certa forma, lembra o perfil de memória das pessoas idosas, capazes de contar com detalhes histórias antigas, mas que não conseguem recordar o cardápio do almoço.
O álcool é uma droga depressora do Sistema Nervoso Central. Para contrabalançar esse efeito, o usuário crônico aumenta a atividade de certos circuitos de neurônios que se opõem à ação depressiva.
Quando a droga é suspensa abruptamente, depois de longo período de uso, esses circuitos estimulatórios não encontram mais a ação depressora para equilibrá-los e surge, então, a síndrome de hiperexcitabilidade característica da abstinência.s
Seus sintomas mais freqüentes são: tremores, distúrbios de percepção, convulsões e delirium tremens.
Sistema Nervoso
Amnésias nos períodos de embriaguez acontecem em 30 a 40% das pessoas no fim da adolescência e início da terceira década de vida: provavelmente o álcool inibe algum dos sistemas de memória impedindo que a pessoa se recorde de fatos ocorridos durante o período de embriaguez. Induz a sonolência, mas o sono sob efeito do álcool não é natural, tendo sua estrutura registrada no eletroencefalograma alterado. Entre 5 e 15% dos alcoólatras apresentam neuropatia periférica. Este problema consiste num permanente estado de hipersensibilidade, dormência, formigamento nas mãos, pés ou ambos. Nas síndromes alcoólicas pode-se encontrar quase todas as patologias psiquiátricas: estados de euforia patológica, depressões, estados de ansiedade na abstinência, delírios e alucinações, perda de memória e comportamento desajustado.
Sistema Gastrintestinal
Grande quantidade de álcool ingerida de uma vez pode levar a inflamação no esôfago e estômago o que pode levar a sangramentos além de enjôo, vômitos e perda de peso. Esses problemas costumam ser reversíveis, mas as varizes decorrentes de cirrose hepática além de irreversíveis, são potencialmente fatais devido ao sangramento de grande volume que pode acarretar. Pancreatites agudas e crônicas são comuns nos alcoólatras constituindo-se uma emergência à parte. A cirrose hepática é um dos problemas mais falados dos alcoólatras; é um problema irreversível e incompatível com a vida, levando o alcoólatra lentamente à morte.
Câncer
Os alcoólatras estão 10 vezes mais sujeitos a qualquer forma de câncer que a população em geral.
Hormônios Sexuais
O metabolismo do álcool afeta o balanço dos hormônios reprodutivos no homem e na mulher. No homem o álcool contribui para lesões testiculares o que prejudica a produção de testosterona e a síntese de esperma. Já com cinco dias de uso contínuo de 220 gramas de álcool os efeitos acima mencionados começam a se manifestar e continua a se aprofundar com a permanência do álcool. Essa deficiência contribui para a feminilização dos homens, com o surgimento, por exemplo, de ginecomastia (presença de mamas no homem).
Hepatite Alcoólica
Esta é uma condição grave onde o fígado foi bastante danificado pelos efeitos do álcool. A doença é caracterizada por fraqueza, febre, perda de peso, náusea, vômitos e dor sobre o local do fígado. O fígado está inflamado causando a morte de múltiplas células hepáticas. Diferente da esteatose , a hepatite alcoólica após curada , deixa cicatrizes permanentes no fígado chamada de fibrose. A hepatite alcoólica é uma doença pode oferecer risco de vida e requer hospitalização. Com o tratamento adequado a hepatite alcoólica melhora porém as cicatrizes permanecem para sempre.
Cirrose Hepática
Este é o estágio final dos danos causados pelo álcool ao fígado. A cirrose é uma forma de dano permanente e irreversível ao fígado. Esta fibrose leva a uma obstrução à passagem do sangue pelo fígado impedindo o fígado de realizar funções vitais como purificação do sangue e depuração dos nutrientes absorvidos pelo intestino. O resultado final é uma falência hepática. Alguns sinais de insuficiência hepática incluem acúmulo de líquido no abdômen - ascite (barriga d’água), desnutrição, confusão mental (encefalopatia) e sangramento intestinal . Algumas destas condições podem ser contornadas por medicações , dietas e procedimentos especiallizados, mas o retorno a normalidade não é possível .
Sistema Cardiovascular
Doses elevadas por muito tempo provocam lesões no coração provocando arritmias e outros problemas como trombos e derrames conseqüentes. É relativamente comum a ocorrência de um acidente vascular cerebral após a ingestão de grande quantidade de bebida.
Hormônios Tireódeanos
Não há evidências de que o alcoolismo afete diretamente os níveis dos hormônios tireoideanos. Há pacientes alcoólatras que apresentam alterações tanto para mais como para menos nos níveis desses hormônios; presume-se que quando isso ocorre seja de forma indireta por afetar outros sistemas do corpo.
Hormônios do Crescimento
Alterações são observadas em indivíduos que abusam de álcool, mas essas alterações não provocam problemas detectáveis como inibição do crescimento ou baixa estatura, pelo menos até o momento.
Hormônios Antidiurético
Esse hormônio inibe a perda de água pelos rins, o álcool inibe esse hormônio: como resultado a pessoa perde mais água que o habitual, urina mais, o que pode levar a desidratação.
Ociticina
Esse hormônio é responsável pelas contrações do útero no parto. O álcool tanto pode inibir um parto prematuro como atrapalhar um parto a termo, podendo tanto ser terapêutico como danoso.
Gastrina
Este hormônio estimula a secreção de ácido no estômago preparando-o para a digestão. O principal estímulo para a secreção de gastrina é a presença de alimentos no estômago, principalmente as proteínas. É controverso o efeito do álcool sobre a gastrina, alguns pesquisadores dizem que o álcool não provoca sua liberação, outros dizem que provoca o que levaria ao aumento da acidez estomacal. Podem provocar úlceras no aparelho digestivo.
Consequências Corporais
À medida que o alcoolismo avança, as repercussões sobre o corpo se agravam. Os órgãos mais atingidos são: o cérebro, trato digestivo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. Como o álcool dissolve o mucus do trato digestivo, provoca irritação na camada externa de revestimento que pode acabar provocando sangramentos. A maioria dos casos de pancreatite aguda (75%) são provocados por alcoolismo. As afecções sobre o fígado podem ir de uma simples degeneração gordurosa à cirrose que é um processo irreversível e incompatível com a vida
O desenvolvimento de patologias cardíacas pode levar 10 anos por abusos de álcool e ao contrário da cirrose pode ser revertida com a interrupção do vício. Os alcoólatras tornam-se mais susceptíveis a infecções porque suas células de defesas são em menor número.
O álcool interfere diretamente com a função sexual masculina, com infertilidade por atrofia das células produtoras de testosterona, e diminuição dos hormônios masculinos. O predomínio dos hormônios femininos nos alcoólatras do sexo masculino leva ao surgimento de características físicas femininas como o aumento da mama (ginecomastia).
O álcool pode afetar o desejo sexual e levar a impotência por danos causados nos nervos ligados a ereção. Nas mulheres o álcool pode afetar a produção hormonal feminina, levando diminuição da menstruação, infertilidade e afetando as características sexuais femininas.
Fontes: Reportagem da Revista Isto É/Site do Dr.Drauzio Varella/Artigo do psiquiatra Dartiu Xavier, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Fontes: Reportagem da Revista Isto É/Site do Dr.Drauzio Varella/Artigo do psiquiatra Dartiu Xavier, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
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Comentário do Blog:
Prezados amigos jovens, tentamos mostrar aqui, a partir de uma reportagem de constatação do aumento do alcoolismo entre os adolescentes e jovens, alguns dos efeitos danosos que são originados por essa doença: o alcoolismo.
Além do que aqui foi falado, existe uma outra consequência muito séria e também danosa, que é o efeito sobre a família do alcoólatra. O alcoolismo é uma doença que além de destruir o seu portador, destroi também a sua família.
São inúmeros casos de famílias destruídas por esse mal. Com certeza, você jovem que está lendo este artigo, conhece alguma família que está sendo ou foi destruída por esse mal.
Agora..., cabe a você jovem, a decisão de querer parar, ou não se deixar dominar por esse vício. Para quem já está dominado por ele, é mais difícil de sair, precisa de ajuda e de muita força de vontade.
Para quem está começando, é mais fácil parar agora, enquanto ainda dá tempo, para não se arrepender mais tarde.
Fiquem cientes, queridos amigos e amigas, que "as decisões que vocês tomarem agora em suas vidas, vão ter as consequências mais tarde, quando, em muitos casos, não dará mais tempo de voltar atrás devido aos erros cometidos." Por isso pensem, reflitam, procurem ajuda, procurem seus familiares num papo aberto e franco, procurem um sacerdote e, nunca deixem de procurar ao Médico dos médicos: Jesus Cristo. Ele lhes dará a força que vocês precisarão para sairem desse vício.
Fiquem com Deus e com Nossa Senhora.
Aqueles amigos e/ou amigas que tenham conhecimento de casos dessa doença perto delas, dê-nos seus testemunhos, suas opiniões, suas experiências. O seu testemunho pode ajudar a um jovem a se levantar desse pesadelo. Façam seus comentários. Um grande abraço.
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