Meditando sobre o Evangelho de ontem, 23 de novembro, onde Jesus falava:
"Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eteno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar.' E responderão também eles: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo que todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!" (Mt 25,41-45)
Fiquei então que pensei, quantas vezes Jesus coloca essas pessoas no nosso caminho para que possamos serví-Lo e nós não o fazemos, perdendo a oportunidade grandiosa de fazer o bem, a caridade.
Mas, quando será que Jesus coloca essas pessoas na nossa frente?
Quando, às vezes passamos na rua e vemos um mendigo jogado na calçada e viramos o rosto, passando direto sem nem mesmo olharmos melhor. Quando, bate em nossa casa um pedinte, pedindo comida ou uma ajuda e dizemos que naquela ora não temos nada para lhe dar. Quando, parado com o carro no sinal, e bate no nosso vidro uma criança pedindo um trocado ou que nos deixe limpar o vidro, e nós a refugamos. E, as vezes, nem o vidro do carro abrimos. Quando temos a possibilidade de ajudar ou socorrer um bêbado, às vezes até nosso conhecido, e não o fazemos e dizemos que a culpa por estar assim é dele mesmo que não consegue parar de beber. Quando nos omitimos em visitar um abrigo de idosos ou de crianças abandonadas, ou mesmo uma casa de recuperação de dependentes químicos, dizendo que não nos sentimos bem nesses lugares e preferimos não ir. E assim vai...
Devemos também estar atentos, que muitas vezes Jesus coloca pessoas da nossa própria família, à nossa frente, para que possamos ajudar. Seja, uma tia idosa, doente, seja uma avó ou avô idoso, que precisa de cuidados especiais e de nosso carinho e atenção; às vezes só mesmo de carinho e atenção! Ou até mesmo, nossa mãe e nosso pai, idosos, que já não podem mais discernir as coisas sozinhos, para que possamos serví-los. E nós? Fazemos a caridade com nossos parentes mais próximos, sem murmurar, sem reclamar do cansaço, sem maldizer os momentos de lazer que as vezes temos que abrir mão?
Fiquei então imaginando como será a nossa conversa com Jesus quando estivermos face a face com Ele, e Ele nos relembrar sobre todas essas oportunidades de fazer a caridade que recusamos a fazer?
Isso me doeu o coração.
Querido jovens, devemos nos desarmar mais e abrir nosso coração às situações que nos aparecem na vida. Devemos julgar menos as pessoas, pois não conhecemos as suas histórias de vida, nem pelas dificuldades que estejam passando. E, se um pedinte que acabarmos de ajudar, usar, por exemplo, o dinheiro que lhe dermos para coisas ruins, o problema passa a ser dele, pois a nossa parte, ou seja, o gesto de caridade com quem estava nos pedindo, nós fizemos.
Devemos fazer o bem, a caridade, simplesmente por fazer. Sem questionamentos e sem medo.
É assim que devemos agir. Socorrer a todos que Jesus coloca a nossa frente simplesmente por caridade, por amor, sem pensar muito no que eles farão, ou se vai adiantar fazer aquele gesto de caridade ou não para a vida de quem estamos ajudando, pois muitas vezes ajudaremos, faremos tudo com carinho e amor, mas a pessoa não dará valor aquele nosso gesto. Não faz mal, pois fizemos a nossa parte.
É isso que Jesus espera de nós. É isso que Ele nos disse no Evangelho de ontem.
É como diz o ditado: "Fazer o bem, sem olhar a quem!"
Jovens, não percamos as oportunidades que Deus coloca à nossa frente de fazermos o bem. Com certeza passando a agir assim, nos sentiremos muito melhores como pessoas e muito mais felizes. Sem contar que estaremos fazendo algo que deixará Deus muito contente conosco, a caridade, a maior de todas as virtudes!
Deus nos abençoe!
Por: José Vicente Ucha Campos
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