Alô amigos! Vejam que matéria interessante sobre a sexualidade.
Seria muito interessante vocês formarem grupos de amigos e discutirem sobre os pontos aqui abordados de forma a terem uma idéia do que realmente rola por aí, nas cabeças dos jovens, ao invés de ficar imaginando que todo mundo pensa assim ou assado, baseado em poucas opiniões de um ou outro cara que não tem opinião concreta sobre esse tema, mas simplesmente quer aparecer para o grupo e descarrega um monte de bobagens para quem os ouve.
E o pior. Tem gente que acredita.
Forme a sua opinião, seja qual for, discuta-a com o grupo que você tem e depois, traga para nós suas conclusões, queremos entrar nesse debate. Para isso, faça seus comentários no nosso Blog.
Vamos lá galera! O debate está aberto.
As abordagens da doutrina da Igreja Católica sobre a sexualidade possuem sempre o mesmo pano de fundo: entendê-la como fator que afeta profundamente a identidade do ser humano e a ele conferem as características – biológicas, psicológicas e espirituais – que o fazem homem e mulher.
O tema é foco de acalorados debates e discussões e já foi abordado largamente em documentos do Magistério. “A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade”, disse o Papa Bento XVI na Carta aos Seminaristas após o Ano Sacerdotal.
Segundo o médico italiano e membro da Secretaria Internacional do Movimento Famílias Novas, Raimondo Scotto, autor do livro O Amor tem mil faces, “a sexualidade não é uma dimensão acessória, mas um componente fundamental do ser humano, que diz respeito a toda a pessoa. [...] A sexualidade influencia todo o tipo de ação e comportamento da pessoa, dando um caráter próprio às personalidades masculina e feminina de qualquer ser humano. Ela estende a sua influência inclusive à dimensão espiritual da existência. Assim, a sexualidade não é uma coisa agregada ao corpo, um atributo seu, mas é uma realidade intrínseca a cada ser humano, uma dimensão que perpassa toda a sua existência”.
A “Declaração Persona Humana sobre alguns pontos de ética sexual”, da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), explicita que, “mesmo entre os cristãos, pontos de doutrina, critérios morais e maneiras de viver, até há pouco fielmente conservados, no espaço de poucos anos foram fortemente abalados; e são em grande número hoje em dia aqueles que, perante tantas opiniões largamente difundidas em oposição com a doutrina que eles receberam da Igreja, chegam a perguntar-se o que é que devem ainda manter como verdadeiro”.
Nessa perspectiva, vale perguntar: O que a Igreja realmente pensa e ensina sobre a sexualidade?
Principais pontos:
O doutor em Teologia Moral e coordenador nacional do grupo de reflexão sobre problemas morais da CNBB, padre Rafael Durán, explica que o documento “Sexualidade humana: verdade e significado”, do Pontifício Conselho para a Família (PCF), aborda a sexualidade como dom. “Ser homem ou mulher é uma graça imensa. A obra criadora de Deus coloca em cada um de nós uma identidade própria”, afirma. O padre elenca três pontos centrais:
1 – Deus nos cria e, ao nos criar, nos dá um corpo, que é templo, fala, ilumina a caminhada de todos os seres no mundo. Aqui destaca-se o valor sagrado do corpo;
2 – Homem e mulher Deus nos criou: aqui está riqueza de toda antropologia (modo de entender o homem) cristã. É o valor de cada um poder manifestar a sua sexualidade como dom e, ao mesmo tempo, expressar a sua riqueza de forma harmoniosa, celebrativa, redescobrindo o valor do ato conjugal como gesto responsável em meio a uma sociedade em que as relações pré-matrimoniais tomaram conta;
3 – Castidade. Não somos feitos para o corpo, mas para a glória. Esse ponto somente pode ser entendido a partir da vivência gloriosa, mas humana e lutada, da castidade. “É maravilhoso encontrar batizados que descobrem alegria de serem castos pelo Reino. Para mim, aqui estaria o verdadeiro desafio do século XXI: retomar o tema da castidade, afiançar o valor do corpo como doutrina essencial, a dimensão do corpo salvífico”, afirma padre Durán.
Declaração Persona Humana – esclarece que, com relação à ética sexual, “tais princípios e tais normas não têm, de maneira nenhuma, a sua origem num determinado tipo de cultura, mas sim no conhecimento da lei divina e da natureza humana. Não podem, portanto, ser considerados como algo caducado, nem postos em dúvida, sob o pretexto de uma nova situação cultural”.
1 – Como saber quando um ato sexual é moralmente aceitável? O documento explica: “é o respeito pela sua finalidade que garante a tal ato a própria honestidade. Este mesmo princípio, que a Igreja deduz da Revelação divina e da sua interpretação autêntica da lei natural, fundamenta também aquela sua doutrina tradicional, segundo a qual o uso da função sexual não tem o seu verdadeiro sentido e a sua retidão moral senão no matrimônio legítimo”;
2 – Relações sexuais pré-matrimoniais – não basta ter uma “afeição já conjugal” pela outra pessoa. A doutrina cristã ensina que é no contexto do matrimônio que se deve situar todo o ato conjugal do ser humano. “É uma união estável aquela que Jesus quis e da qual ele estabeleceu as primeiras exigências, tendo como ponto de partida as diferenças sexuais”;
3 – Masturbação – salienta-se que, muitas vezes, nega-se que tal ato constitua uma desordem moral. Até mesmo algumas áreas da psicologia e a sociologia defendem que é um fenômeno normal da evolução da sexualidade. A Igreja explica que, seja qual for o motivo que o determine, “o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz essencialmente a sua finalidade”. Falta a relação de doação recíproca num contexto de autêntico amor;
4 – Castidade – não significa apenas evitar as faltas anteriores, mas aspectos muito mais positivos e elevados. “Em todo e qualquer estado de vida, a castidade não se reduz a uma atitude exterior; ela deve tornar puro o coração do homem. [...] É uma virtude que marca toda a personalidade no seu comportamento, enobrece o ser humano e capacita para um amor verdadeiro, desinteressado, generoso e respeitoso para com os outros”.
Como vivê-la? “Os fiéis devem empregar os meios que a Igreja sempre recomendou para levar uma vida casta: a disciplina dos sentidos e da mente, a vigilância e a prudência para evitar as ocasiões de quedas, a guarda do pudor, a moderação nas diversões [arriscadas], as ocupações sãs, o recurso frequente à oração e aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia. Os jovens, sobretudo, devem ter o cuidado de fomentar a sua devoção à Imaculada Mãe de Deus e propor-se como modelo a vida dos Santos e daqueles outros fiéis cristãos, particularmente dos jovens, que se distinguiram na prática da virtude da castidade”.
“Orientações educativas sobre o amor humano – linhas gerais para uma educação sexual”, da Congregação para a Educação Católica (CEC) – destaca quatro pontos de especial relevância:
1 – A sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano. Portanto ela é parte integrante do desenvolvimento da personalidade e do seu processo educativo;
2 – A sexualidade caracteriza o homem e a mulher não somente no plano físico, como também no psicológico e espiritual marcando toda a sua expressão. Esta diversidade que tem como fim a complementaridade dos dois sexos permite responder plenamente ao desígnio de Deus conforme a vocação à qual cada um é chamado;
3 – A genitalidade orientada para a procriação é a expressão máxima, no plano físico, da comunhão de amor dos cônjuges. Fora deste contexto de dom recíproco – realidade que o cristão vive sustentado e enriquecido de maneira particular pela graça de Deus – ela perde o seu sentido, dá lugar ao egoísmo e é uma desordem moral;
4 – A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor que é o único a torná-la verdadeiramente humana. Preparada pelo desenvolvimento biológico e psíquico, cresce harmonicamente e realiza-se em sentido pleno somente com a conquista da maturidade afetiva, que se manifesta no amor desinteressado e no total dom de si.
Fonte: Canção Nova