O Papa Francisco animou os jovens a professarem sempre "sua catolicidade com orgulho", abertos ao mundo, e não ficarem trancados "em uma cerca".
O Santo Padre fez este apelo durante a audiência concedida na sexta-feira, 22 de março de 2019, ao Centro Turístico Juvenil, por ocasião dos 70 anos de sua fundação.
"Ser católico não significa estar trancado em uma cerca, mas abrir-se ao mundo, desejosos de encontrar, porque têm a intenção de viver 'segundo o todo' e para o bem de todos", exclamou o Papa.
Além disso, o Santo Padre convidou o Centro Turístico Juvenil, à luz de sua espiritualidade, a continuar difundindo o “turismo lento” que se contrapõe ao de massas – marcado pelo consumismo – e que "promove a qualidade e a experiência, a solidariedade e a sustentabilidade".
Em seu discurso pronunciado na Sala Paulo VI, o Papa Francisco se referiu ao entusiasmo próprio da juventude, mas reconheceu que “muitos jovens, em vez de desejarem construir o futuro, sentem-se, infelizmente, desiludidos e desmotivados. Talvez por causa do pessimismo que os circunda, não ousam voar alto, mas se contentam em sobreviver ou ir vivendo", disse.
"Como é feio quando um jovem vai vivendo em vez de viver; já está ‘aposentado’ e é feio que um jovem já esteja aposentado", exclamou o Papa.
Por isso, o Santo Padre os incentivou a serem "companheiros de viagem para muitos de seus coetâneos", para ajudá-los a "fazer reflorescer o entusiasmo, se já não o percebem mais, porque estão sepultados pelos escombros do desencanto ou pela poeira densa dos maus exemplos".
"A partilha do tempo livre como tempo de qualidade pode se tornar uma boa chave para abrir a porta do coração de muitos jovens, gerando laços de amizade, capazes de veicular valores autênticos e também a fé", indicou.
Nesse sentido, o Santo Padre assegurou aos jovens que a Igreja olha para eles “com gratidão e esperança" e encorajou-os a conservarem a herança da espiritualidade e o exemplo de seu fundador, Pe. Carlo Carretto. "Vivam tudo em oração, e, portanto, com admiração e gratidão", concluiu.
No dia seguinte, sábado, 23 de março, durante o diálogo realizado na Sala Paulo VI com um grupo de estudantes do Colégio Barbarigo, da cidade italiana de Pádua, o Papa alertou os jovens para o risco de caírem na mediocridade que faz com que eles, sem terem lutado, sejam “tíbios e sem gosto”.
"Na juventude, aprende-se que nada na vida é grátis. Devemos olhar para a meta, chegar a ela. Somente o amor de Deus e sua graça são gratuitos. Isso é gratuito porque Ele sempre nos amará, sempre, mas para seguir em frente é necessário o esforço de cada dia”, disse o Santo Padre.
"Não devemos fechar os olhos diante das dificuldades, mas rejeitar a mediocridade. Esta palavra, lembrem-se bem dela no coração: mediocridade", alertou Francisco. "Um jovem medíocre acabará sendo tíbio. Nem frio nem quente. Será tíbio, sem gosto, sem nada, sem ter lutado", acrescentou.
O Pontífice também aproveitou a ocasião para se referir à educação que, em sua opinião, antes consistia em "mais ou menos encher a cabeça de ideias e mais nada. Isso não é educação”.
"A educação é enfrentar os problemas da vida. É verdade que se necessita de ideias na cabeça, estudar as coisas teóricas, mas para sempre confrontar – é uma palavra importante – com os problemas reais da vida", disse Francisco.
Para isso, é “necessário confrontar-se não apenas com problemas, mas com as belezas da vida, confrontar-se com a arte, com as coisas boas que acontecem na vida. Isso é algo muito importante".
Fonte: Acidigital
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