Ao menos é o que argumentam o Dr. Philip Zimbardo, da Universidade de Stanford, e a psicóloga Nikita Duncan em seu novo livro: The Demise of Guys: Why Boys Are Struggling and What We Can Do About It.
A mensagem do livro é simples: pesquisas estão demonstrando que homens jovens estão se tornando viciados em videogames e em pornografia online em uma escala sem paralelo com qualquer vício que já tenhamos visto na história.
Mas ao contrário das drogas, do álcool ou do jogo, esses dois vícios não fazem com que a pessoa deseje uma quantidade cada vez maior daquilo que os causa. Em vez disso, eles levam os meninos e os jovens a procurarem a novidade – a próxima grande emoção.
De acordo com Zimbardo e Duncan, trata-se do mesmo fenômeno observado em ratos de laboratório que, quando tiveram a oportunidade, abandonaram a comida a fim de estimular eletricamente a parte do cérebro responsável pelo prazer. Com efeito, os ratos deram alegremente um “curto-circuito” em seus meios naturais de obter prazer a fim de provocar uma emoção que parecia nova a cada vez que ocorria.
“Os homens jovens, que em sua maioria jogam videogames e usam pornografia”, dizem os autores, “estão sendo digitalmente reprogramados de uma maneira completamente nova que exige deles estímulo constante”.
Esse tipo de vício não apenas tira dos rapazes o tempo, o dinheiro e a saúde de que precisam para fazer outras coisas, mas também diminui sua habilidade para aproveitar a vida real, que nunca pode oferecer estímulo com tanta frequência, facilidade ou com tanta variedade. Como resultado disso, afirmam Zimbardo e Duncan, os jovens viciados em sexo e combate digital são menos capazes ou dispostos a participar desses atos na realidade.
Um estudo recente publicado na revista “Psychology Today”, sobre o qual falei no ano passado em “The Point”, reforça esse prognóstico. O estudo descobriu que os homens que assistiam regularmente a pornografia na internet na verdade perdiam sua habilidade de manter relações sexuais na vida real ( Quando casados, claro!)
Como consequência dessa estimulação excessiva, os garotos hoje estão crescendo com “novos cérebros”. Eles não apenas têm uma indisposição para o aprendizado tradicional, falta-lhes capacidade para manter relacionamentos românticos sólidos. Por quê? Porque eles tendem a ser, em grande medida, incapazes de postergar uma gratificação ou de estabelecer objetivos de longo prazo. Eles têm de viver para o agora.
E como qualquer garoto viciado sabe, ao fim e ao cabo isso nos torna infelizes. Uma pesquisa recente do Centro para Controle e Prevenção de Doenças revela que “usuários regulares de pornografia”, apesar da estimulação e excitação constantes, têm maior tendência a se queixar de depressão… de saúde física deficiente e isolamento”. E todos nós provavelmente conhecemos jovens que poderiam usar um pouco mais de tempo livre com pessoas reais e muito menos com Playstation.
Lembro-me de um capítulo de Cartas de um Diabo a seu Aprendiz, de C. S Lewis, no qual o distinto demônio velho, Fitafuso, diz ao seu sobrinho aprendiz como destruir os seres humanos com prazer: “…sempre tentamos fazer com que se afastem da condição natural de qualquer prazer”, ele escreve, “para que se aproximem daquilo que é menos natural, menos impregnado de seu Criador, e menos prazeroso. A fórmula é a seguinte: uma ânsia cada vez maior por um prazer cada vez menor”.
Mas simplesmente amaldiçoar a traves não resolverá nada. Precisamos reconhecer que, como o próprio Fitafuso admite, todos os prazeres – mesmo os destrutivos – são originalmente baseados no bom projeto de Deus.
Supões que os rapazes desejem o sexo – dentro do matrimônio. E embora não haja problema algum com eles quando usados com moderação, os videogames não são a verdadeira saída para o desejo masculino de ser heroico e de lutar por causas dignas.
Precisamos aprender como substituir o falso prazer pelo legítimo, encorajando os homens jovens a colocarem de lado imitações baratas e a se preparar espiritual, moral e emocionalmente para ir em busca da coisa verdadeira.
É nesse campo que a Igreja pode liderar a cultura – liderando o esforço para resgatar esta geração de rapazes.
Fonte: Blog Carmadélio
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