Muitas pessoas vivem, no namoro, uma
“neura” de seus desejos e aspirações
O namoro é um tempo fantástico de conhecimento da pessoa com quem
namoramos. Buscamos conhecê-la e ela o mesmo. Assim, de fato, acontecerão
pontos de convergência e divergência. Afinal, são duas pessoas diferentes, de
contextos e educação diferentes; às vezes, até culturas distintas. Eu quis
enfatizar a palavra “diferente”, porque um namoro para dar certo não pode ser a somatória do que o casal tem
como “iguais”, mas sim a capacidade de acordos frente às diferenças.
O que
é igual raramente será um problema a ser resolvido entre os dois, a menos que o
social exija isso de vocês; então, terão de, juntos, buscar um “acordo”. O que
“pega” são as diferenças, pois nelas mora a “caixa de pandora” da crise, mas
também é onde se encontra o “pó de pirlimpimpim” para o sucesso do casal. Só
pessoas capazes de fazer acordos livres e saudáveis entre as diferenças se beneficiam
de maneira madura de uma relação afetiva. Ambos crescem.
Com base nisso, podemos pensar um pouco sobre a pergunta que intitula
este texto:
“Namorar
uma pessoa mais velha dá certo?”
O simples fato de namorar alguém mais
velho não é caso de dar errado ou certo, o detalhe não está numa questão de
idade, mas na capacidade de lidar com as diferenças. E isso vale até para quem
é da mesma idade!
A primeira coisa a ser desmitificada é o fato de que, nem sempre, sua
idade cronológica bate com sua idade afetiva. Podemos perceber isso em pessoas
com 30, 40 anos. Elas muitas vezes, tem uma idade afetiva beirando os 15, 20
anos; até mesmo algumas pessoas entre 20 e 30 anos possuem idade afetiva
beirando os 40, 50 anos. O fato de chegar aos 40, 50 anos não significa que a
pessoa seja maduro, pois maturidade é a idade afetiva compatível ao que se
espera da idade cronológica. Então,
idade cronológica não define muita coisa!
A segunda coisa é: “O que,
de fato, me impulsiona nesse relacionamento?”.
Muitas pessoas vivem, no namoro, uma “neura” de seus desejos e aspirações. Elas
depositam no outro suas “esperanças”, “expectativas” e “faltas”. Nessa hora,
posso lhe dizer que a relação caminha à beira do suicídio.
Podemos, então,
pensar que pessoas de idades mais aproximadas tenham mais possibilidades de se
encontrar devido às aspirações e vivências de vida. Isso já é um ganho! Pessoas
com vivências diferentes terão de fazer muito mais acordos na relação.
Por
exemplo: um rapaz, no auge dos seus 20 anos, pensando na faculdade, curso,
intercâmbio… resolve namorar uma mulher de 30 anos, já formada, com doutorado
nas mãos, pensando em casar-se e ser mãe. Pode dar certo, mas terão de
fazer muito mais acordos para solidificar a relação. É por isso que eu lhe
digo: o que dará sucesso ou não à relação serão as motivações de cada um, se
estas forem em prol da relação dos dois, nunca fechado no particular de cada
um.
Obs.: usei o rapaz mais novo e a
mulher mais velha, mas o mesmo diria de uma mulher mais nova e uma homem mais velho).
Terceiro fato: não
fazer do relacionamento um jogo de projeções. Isso
pode acontecer quando a diferença de idade, na verdade, é reflexo de uma busca
louca em encontrar no outro o que não tive ou me falta. Por exemplo: querer
namorar uma menina mais nova para ter a “sensação” de permanecer o eterno
garoto. Ou namorar uma mulher mais velha, querendo, assim, mais os “cuidados
maternos” que, de fato, de uma namorada.
Um quarto e último ponto que gostaria de tocar é o quanto, neste namoro
de pessoas de idades diferentes, há uma cumplicidade e verdade frente ao que
cada um sente. Pois se isso for uma aliança frágil, as pressões da família, da
sociedade, dos amigos enfraquecerão a relação.
Ou seja, o que cada um sente é forte o
bastante para que o relacionamento prossiga? Ou o olhar do outro sobre vocês será
persecutório demais não fazendo vocês suportarem?
Enfim,
o sucesso de um relacionamento não depende muito das diferenças das idades, mas
sim no quanto as motivações, a maturidade, as projeções e os desejos estão
afinados. O quanto, de fato, essa relação de namoro enriquece ambos na
construção de uma família sólida e feliz!
É bom
ficar atento às discrepâncias tão grandes que possam surgir. Exemplo: um cara
de 20 anos querer namorar uma mulher de 60 anos, ou uma de 60 namorar um rapaz
de 20. Será que quer uma mulher ou uma avó para cuidar dele?
Termino esse texto
não querendo ser polêmico ou preconceituoso, mas para fazer refletir o que de
fato tem nos movimentado!
Fonte: Canção Nova
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