Missa de encerramento da JMJ no Panamá./ Foto: Reuters- Henry Romero.
Na manhã deste domingo, 27/01/2019, o Papa Francisco celebrou a Missa de encerramento da JMJ Panamá 2019, no Campo João Paulo II.
No início da celebração, o Papa foi recebido por Dom José Domingo Ulloa Mendieta, que agradeceu pela oportunidade dada ao país de organizar esta 34ª JMJ:
“Obrigado por ter-nos permitido preparar e celebrar esta Jornada com sabor mariano, com um estilo americano e caribenho, com espaços de oração, formação, renovação e conversão pastoral. Como fruto da JMJ, nossa Igreja na América Central está fortalecida em sua estrutura pastoral, em sua comunhão eclesial e mais viva em seu compromisso missionário, para assim anunciar com paixão o Evangelho.”
Em sua homilia, o Papa Francisco falou sobre o Evangelho que apresenta o início da missão pública de Jesus:
“Momento importante na vida do Mestre quando Ele – a criança que Se formara e crescera dentro daquela comunidade – Se levantou e tomou a palavra para anunciar e realizar o sonho de Deus. Uma palavra até então proclamada apenas como promessa do futuro, mas que, na boca de Jesus, só podia ser pronunciada no presente, tornando-se realidade: ‘Cumpriu-se hoje’.”
O pontífice afirmou que Jesus revela o ‘agora’ de Deus, que vem ao nosso encontro para chamar a todos para tomar parte neste ‘agora’, que já chegou, e que faz necessário anunciar a Boa Nova, libertar os cativos, proclamar um ano favorável da parte do Senhor.
“É o agora de Deus que, com Jesus, se faz presente, se faz rosto, carne, amor de misericórdia que não espera situações ideais ou perfeitas para a sua manifestação, nem aceita desculpas para a sua não-realização. Ele é o tempo de Deus que torna justos e oportunos todos os espaços e situações. Em Jesus, começa e faz-se vida o futuro prometido. Quando? Agora.”
O Papa lembrou que nem todos davam ouvidos a Jesus, e alertou para o fato de que hoje pode acontecer o mesmo
“Nem sempre acreditamos que Deus possa ser tão concreto no dia-a-dia, tão próximo e real, e menos ainda que Se faça assim presente agindo através de alguém conhecido, como um vizinho, um amigo, um parente. Não é raro comportarmo-nos como os vizinhos de Nazaré, preferindo um Deus à distância: magnífico, bom, generoso mas distante e que não incomode. Porque um Deus próximo no dia-a-dia, amigo e irmão pede-nos para aprendermos proximidade, presença diária e, sobretudo, fraternidade. (…) Deus é real, porque o amor é real; Deus é concreto, porque o amor é concreto.”
Francisco reforçou aos jovens que não pensem que sua missão e vocação sejam somente para o futuro:
“Como se ser jovem fosse sinônimo de ‘sala de espera’ para quem aguarda que chegue o seu turno. E, enquanto este não chega, inventam para vós ou vós próprios inventais um futuro higienicamente bem embalado e sem consequências, bem construído e garantido com tudo ‘bem assegurado’. É a ‘ficção’ da alegria.”
O Papa afirmou que, pensando assim, os sonhos perdem altitude e se tornam ilusões rasteiras, pequenas e tristes.
Escuta entre gerações
O Papa lembrou que um dos frutos do Sínodo recente foi a riqueza de do encontro. A riqueza da escuta entre gerações, a riqueza do intercâmbio e o valor de reconhecer que precisamos uns dos outros, promovendo canais e espaços de compromisso com a construção do sonho comum, e afirmou que este espaço é conquistado.
“Porque vós, queridos jovens, não sois o futuro, mas o agora de Deus. Ele convoca-vos e chama-vos, nas vossas comunidades e cidades, para irdes à procura dos avós, dos mais velhos; para vos erguerdes de pé e, juntamente com eles, tomar a palavra e realizar o sonho com que o Senhor vos sonhou. Não amanhã; mas agora! Pois, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração, e, aquilo que vos enamora, conquistará não apenas a vossa imaginação, mas envolverá tudo. Será aquilo que vos faz levantar de manhã e incita nos momentos de cansaço, aquilo que vos abrirá o coração enchendo-o de maravilha, alegria e gratidão. Senti que tendes uma missão e apaixonai-vos por ela, tudo dependerá disto. Poderemos ter tudo; mas, se falta a paixão do amor, faltará tudo! Deixemos que o Senhor nos faça enamorar!”
Por fim, Francisco indicou aos jovens deixarem de lado o medo da exclusão, da especulação e da manipulação, e lembrou aos jovens o exemplo de Maria, que não se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas, mas teve a coragem de dizer ‘Sim” para participar deste agora do Senhor.
“Quereis viver em concreto o vosso amor? O vosso ‘sim’ continue a ser a porta de entrada para que o Espírito Santo conceda um novo Pentecostes ao mundo e à Igreja.”
No final da celebração eucarística, o Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Joseph Farrell, dirigiu uma breve saudação ao Papa.
Em seguida, o Papa fez uma oração a Nossa Senhora, entregando os jovens do mundo inteiro, e se despediu dos jovens, anunciando o local da próxima JMJ, Lisboa, em Portugal:
“A vocês, queridos jovens, um grande ‘obrigado’! A vossa fé e alegria fizeram vibrar o Panamá, a América e o mundo inteiro. Estamos a caminho: continuai a caminhar, continuai a viver a fé e a partilhá-la. Não vos esqueçais que não sois o amanhã, não sois o ‘entretanto’, mas o agora de Deus. Já foi anunciado o local da próxima Jornada Mundial da Juventude. Peço-vos para não deixar resfriar o que vivestes nestes dias. Regressai às vossas paróquias e comunidades, às vossas famílias e aos vossos amigos, e transmiti esta experiência, para que outros possam vibrar com a força e o sonho que tendes em vós. Com Maria, continuai a dizer ‘sim’ ao sonho que Deus semeou em vós.”
Fonte: Canção Nova